sábado, 11 de julho de 2009

A chegada dos Capelinos





" Meu nome naquela encarnação, cem anos antes da submersão da "Grande Ilha", era Ártemis. Eu era um jovem sacerdote da "Grande Energia". Esta era uma das formas pelas quais designávamos o "vril".Naquela tarde, todos os sacerdotes da "Grande Energia" tinham sido convocados em virtude de uma tragédia ocorrida em Posseidon. Fato inimaginável naquela época! Um adolescente de dezesseis anos havia causado a morte de duas pessoas, intencionalmente, através da manipulação maléfica da "Grande Energia".O último registro de assassinato na Atlântida era antiqüíssimo, sendo possível relembrá-lo somente através de consulta aos registros akhásicos. Todos estávamos chocados com o acontecimento e nos perguntávamos sobre o que teria desencadeado aquela situação.Eu percorri com passos rápidos as calçadas de granito que eram margeadas por extenso gramado e vegetação abundante. A distância entre o Templo da Grande Energia e a "Grande Pirâmide", onde eu me encontrava, era relativamente curta. Em meio ao caminho encontrei o amigo e colega de sacerdócio, mestre Násser. Ele estava tão pálido e impressionado quanto eu. Sem perdermos um único segundo nos dirigimos ao templo.Ao chegarmos lá, encontramos um grande número de sacerdotes dos diversos templos da Atlântida reunidos. Todos discutiam a tragédia, que para os tempos modernos nada mais é que mera rotina, mas para a civilização atlante tratava-se de grave ocorrência, pois os espíritos ali reencarnados já tinham superado o estágio evolutivo em que os homens desrespeitam a vida de seus semelhantes.A população do continente não era pequena. Viviam na Atlântida, naquele período, mais de sessenta milhões de habitantes e a harmonia era algo comum, mesmo ante a diversidade de opiniões.Naquela época éramos jovens. Eu tinha dezenove anos e Násser vinte e dois. O cidadão atlante alcançava facilmente os cento e trinta anos de vida pela sua existência regrada, livre dos vícios, e pela elevada qualidade de vida. O continente era liberto de poluição e possuía uma selva controlada, onde os animais selvagens habitavam as zonas afastadas dos grandes centros populacionais. Além do mais, a medicina era muito avançada e os habitantes não tinham carma a resgatar através de doenças degenerativas.Afoitos, como só os jovens são, corremos para o interior da assembléia para falar com os grandes sábios e obter maiores informações. Eles nos contaram que um rapaz tinha desenvolvido uma técnica de utilização da energia "vril" que permitia matar as pessoas, à distância, por asfixia. Depois de desentender-se com seus colegas de estudo, ele acabou cometendo aquele crime absurdo para testar seu invento e, então, fora preso numa "câmara de isolamento mental", pois poderia comandar mentalmente a energia "vril" e voltar a cometer novos crimes para tentar libertar-se.Eu e Násser estávamos chocados. Jamais havíamos pensado na utilização da poderosa energia para a prática do mal e ainda mais de uma forma quase incontrolável, caso o rapaz não fosse confinado ao isolamento.Todos nós sentamos no auditório e aguardamos o pronunciamento do sumo sacerdote do templo. Ele, então, se dirigiu ao grande altar e desabafou:— O que dizer, meu irmãos? Estou tão estupefato quanto todos aqui presentes! Compreendendo a minha incapacidade para solucionar esse problema, orei ao "Grande Espírito" e pedi-lhe para nos orientar na busca de uma solução que traga paz à nossa sociedade.O grande líder dos sacerdotes ergueu-se e descortinou uma tela de cristal transparente que ficava ao fundo do altar. Em seguida, todos nos concentramos em oração, pedindo a presença dos mentores espirituais para que viessem nos esclarecer.Passados alguns minutos, a tela tornou-se opaca e surgiu uma bela paisagem ao fundo: uma cachoeira desaguava em um pequeno lago ornado com belas flores e vegetação exuberante. Aquela tela de cristal líquido era um intercomunicador entre os dois planos: o material e o espiritual.Em seguida, surgiu na tela do cristal, o "Grande Espírito" que ficaria conhecido mais tarde por Jesus de Nazaré. Ele sorriu e disse com amargura na voz:— Que a luz dos Planos Superiores envolva todos os irmãos! Eu recebi o vosso apelo e aqui estou para esclarecer-vos sobre o acontecimento que aflige essa assembléia de irmãos dedicados à busca do bem.Como todos vós sabeis, os mundos são escolas evolutivas para o esclarecimento dos filhos de Deus. A Atlântida atingiu um patamar superior ao programado para nosso planeta Terra. Justo se faz que os irmãos aprovados para uma vivência superior migrem para um mundo de grau superior à Terra em todos os campos de desenvolvimento.E seguindo a orientação do Grande Criador já está sendo efetivada a migração de espíritos rebeldes exilados do Sistema de Capela, na Constelação do Cocheiro, para a Terra, pois eles precisam ser apartados do processo de evolução daquele mundo para não prejudicar os que desejam progredir conforme o processo de evolução traçado naquela escola primitiva.
Portanto, os exilados de Capela já se encontram em vosso meio reencarnando sistematicamente, dando início ao processo de Transição Planetária que permite a inserção ou separação de novas comunidades nos diversos mundos do Universo.No período de cem anos, esses irmãos de estágio evolutivo inferior reencarnarão gradualmente na Terra, à medida que os atuais habitantes da Atlântida ascenderem a um mundo superior após o desenlace da matéria.Essa transformação mudará o cenário da Atlântida, determinando uma decadência no nível espiritual de seus habitantes. Esperamos que esses irmãos rebeldes se adaptem ao novo orbe sem causar traumas ou desavenças incontroláveis. O caso que vos aflige é o primeiro sinal, de muitos que surgirão, decorrente da imaturidade espiritual dos capelinos. Esperamos poder controlar a situação e manter a Atlântida em seu atual estágio de avanço tecnológico. Caso contrário, será necessário destruir o continente para que os exilados de Capela venham a reencarnar entre os povos bárbaros do resto do planeta, onde a tecnologia e o avança ainda não foram alcançados.Os habitantes da Atlântida já se encontram em estágio de vivências superiores à Terra, mas conto com a vossa colaboração, meus irmãos, para educar os rebeldes e mostrar-lhes o caminho do amor, principal fonte de edificação espiritual para alcançarmos a evolução a Deus.Por isso, peço-vos que essa última encarnação que vivereis na Terra seja dedicada ao auxílio espiritual aos irmãos capelinos. Suportai com amor e paciência as "crianças espirituais" que o Pai vos envia para educar!Espero ter-vos esclarecido, meus irmãos. Ficai na luz de Deus!Naquele instante, a tela de cristal voltou a ficar transparente, ao mesmo tempo em que todos trocávamos idéias sobre as informações recebidas.Eu e Násser encontramos outros amigos que eram adeptos do Templo do Sol: Atônis e Criste. Desde aquela época eles já eram inseparáveis. Debatemos de forma ardente, mas Atônis acreditava que não era necessário nos preocupar, pois os capelinos certamente iriam se adaptar bem e viver em harmonia naquele paraíso que era o nosso continente. Nós outros já não pensávamos assim.Eu disse, então:— Atônis, se eles não se modificaram em seu mundo, por que o fariam no nosso?— Não sei, Ártemis! Acho que confio demais nas pessoas. Creio sinceramente na modificação para a luz!— Creio também nessa modificação, mas depois de uma série de encarnações e não assim, abruptamente! — respondi.Se nós imaginássemos que nos tempos atuais, doze mil anos depois, os homens ainda estariam se matando, promovendo guerras estúpidas e vivendo em pleno atraso espiritual, acho que todos ficaríamos chocados com a falta de perseverança no bem dos irmãos que ingressavam no plano evolutivo da Terra naqueles dias.pós debatermos por mais algum tempo, percebemos que Násser estava calado, meditativo. Chamamos sua atenção para a nossa conversa e ele voltou-se para nós e disse, com a mão alisando a barba:— Irmãos, todas as teses são corretas e possíveis, mas devemos pensar na possibilidade de os capelinos não se adaptarem à Atlântida. Se isso ocorrer, todo o conhecimento e avanço de nossa civilização se perderá, pois o continente terá que ser destruído! Para evitar essa tragédia, poderíamos levar a outras terras um conhecimento básico, inofensivo, para civilizar o resto do planeta e assim promover o avanço dos capelinos em outras localidades, caso se confirme a destruição da Atlântida e de seu legado de amor e sabedoria.Todos concordamos com as palavras de Násser. Criste, então, ressaltou:— Daqui a cem anos estaremos em avançada idade e não poderemos empreender essa viagem fantástica. Certamente teremos poucos anos mais de vida e não poderemos ser verdadeiramente úteis, sendo que nem ao menos poderemos procriar nas novas terras.Násser caminhou de um lado a outro, meditativo, e falou:— Tens razão, Criste! Essa viagem não é para nós, mas para os discípulos que devemos orientar. São os capelinos de boa índole a quem iremos instruir e trazer-lhes a luz dos conhecimentos básicos de nossa civilização. Mesmo que eles se rebelem, não possuirão um conhecimento tão avançado que possa prejudicar as novas terras onde irão viver.Atônis sorriu e acrescentou com seu estilo brando e amigável:— Concordo com a idéia, apesar de achar que a fuga pelo mar para outras regiões não será necessária. Mas, qual será o pensamento dos Planos Superiores sobre essa idéia? Será que eles desejam que o conhecimento atlante siga para terras primitivas?Naquele instante, uma luz cristalina brilhou em nosso meio e, então, materializou-se um espírito iluminado, que disse:










— A inspiração divina está em vossos corações. Essa é a vontade dos Planos Superiores! Iniciais aprendizes de coração puro! Mas tudo dentro dos limites permitidos para que eles não prejudiquem o restante do globo. A energia "vril", elemento de discórdia entre almas primárias, deve ser conhecida somente em sua mais simples aplicação. Nós estaremos unidos em vosso projeto e trabalhando com afinco para que ele se realize!Logo após, o espírito de luz se desmaterializou diante de nossos olhos. Não ficamos surpresos, pois essas aparições espirituais eram comuns na Atlântida do período pré-apocalíptico.Násser abaixou a cabeça e concluiu:— Se os espíritos responsáveis pela evolução da Terra estarão conosco de tal forma, é porque realmente a chance dos capelinos na Atlântida é remota.Atônis olhou para Násser e concordou com um gesto amargurado.Os anos se passaram e gradativamente o clima espiritual na Atlântida começou a se transformar. O índice de criminalidade crescia diariamente. Os cientistas atlantes tiveram que desenvolver técnicas para bloquear o uso indiscriminado da poderosa energia "vril". O amor e o espírito de fraternidade foram esquecidos e substituídos pelo orgulho, pelo egoísmo e pela vaidade.
Nós trabalhávamos incansavelmente para selecionar discípulos; alguns nos alegravam, outros nos decepcionavam muito. Meu coração sofria principalmente pela decepção de Atônis, que ficava extremamente abalado com a ingratidão e a maldade que brotavam na alma de jovens em tenra infância e que já possuíam os primeiros lampejos de consciência. Nós não estávamos acostumados com aquele baixo padrão espiritual, que nunca tínhamos visto naquela existência.O que nos alegrava é que diversos irmãos abraçaram a nossa causa e trabalharam silenciosamente pelo nosso ideal. Obviamente aquela era apenas uma Casa do Conhecimento e não uma academia de eleitos para habitar outras terras. Nós não poderíamos revelar o real motivo de nossos ensinamentos no Templo.Ano após ano a situação se agravava. Em meados do ano cinqüenta da Transição Planetária, o próprio Atônis nos afirmou com convicção:— Creio que não há mais esperança para a Atlântida! O continente deverá ser extinto para que os novos habitantes de nossa terra não destruam o planeta e não prejudiquem o programa evolutivo traçado pelo "Grande Espírito".Naquele dia, tinha ocorrido o primeiro caso de estupro seguido de morte na Atlântida, e já havia indícios de guerras entre cidades que tornaram-se rivais por desejarem dominar a região Sul do continente.A crença no Deus Único tinha sido abandonada pela crença pagã de cultuar vários deuses, alguns com aparência humana, outros com forma de animais. Foram criadas lendas e figuras mitológicas para o culto pagão. Essas transformações foram tão fortes no novo perfil do povo da Atlântida, que tais crenças se enraizaram entre os gregos e os egípcios que receberam a migração de alguns atlantes antes da submersão da "Grande Ilha". Inclusive a capital Posseidon sofreu uma personificação e tornou-se uma divindade entre os novos habitantes da Atlântida.Aos poucos, a própria polícia criada para conter os excessos tornou-se corrupta e pouco era possível fazer para conter o desequilíbrio da massa de capelinos que dominava a Atlântida de forma quase total.Os sacerdotes da "Grande Energia" eram assassinados por não revelar o segredo da energia "vril" e do bloqueio realizado para que os rebeldes não se utilizassem daquela poderosa tecnologia.Os habitantes pacíficos dedicados ao trabalho, à arte e à leitura de ordem elevada estavam sendo substituídos por criaturas insensíveis e com um gosto pelas artes e pela música extremamente sensual e vulgar; o que nos provava, a olhos vistos, que o homem não é o corpo, mas o espírito que habita e dirige a máquina física. Em apenas um único século toda uma civilização havia-se transformado como se todos tivessem sido obcecados por forças do mal.Finalmente, nos vinte anos finais surgiram jovens de boa índole entre os capelinos. A Alta Espiritualidade havia selecionado os mais dignos para reencarnarem no final do período de transição e assim atenderem aos nossos propósitos.— Nem tudo está perdido! — agradeceu Atônis a Deus com os braços voltados para o céu e os olhos marejados de lágrimas.Nos anos seguintes, tivemos que abandonar o templo e nos refugiar na floresta para não sermos mortos pelas facções que desejam dominar o "vril". Lá, construímos as embarcações e orientamos discípulos de total confiança sobre o projeto de migração para outras terras. Todos os jovens ficaram impressionados com o destino da Atlântida, mas não desacreditaram. Eles trabalharam arduamente para construir os barcos e obter a instrução moral necessária para a sua missão."Hermes
Textos extraídos do livro "Akhenaton"Fonte :www.luzprata.hpg.ig.com.br

A Submersão da Grande Ilha






Sábado, 4 de Abril de 2009

"Faltando cinco anos para a submersão da Atlântida, os homens iniciaram pesquisas para a mutação genética e a clonagem de seres, visando utilizá-los como meros andróides e enviá-los a outros continentes com o objetivo de escravizar os povos primitivos do planeta. Nesse período, foi rompido o bloqueio da energia "vril" que passou a ser utilizada de forma irresponsável pelas facções em guerra, causando graves danos à natureza e à população civil.


Era possível ouvir grandes explosões e sentir tremores de terra em decorrência das guerras entre as regiões. As duas raças que viviam na Atlântida, e que sempre se respeitaram e se amaram, tornaram-se inimigas por causa da discriminação racial que ainda impera até os nossos dias, fruto do baixo nível espiritual da humanidade terrena.Estávamos velhos e cansados. Mestre Násser caminhava com dificuldade. A vida na selva havia desgastado nossos organismos, já com avançada idade. Na época da grande catástrofe, estávamos com aproximadamente cento e vinte anos. Muitos dos antigos atlantes que abraçaram o projeto já tinham desencarnado em conseqüência do clima hostil da vida selvagem. Graças aos jovens eleitos que lutavam pelo alimento do dia-a-dia e construíam os navios foi possível obter êxito no Grande Projeto.Os espíritos orientadores do planeta nos informaram que o momento de embarcar para novas terras ocorreria quando um astro vermelho surgisse no céu. Três meses antes da catástrofe enxergamos o ponto escarlate na abóbada celeste.Apressamos os jovens a recolherem os mantimentos que deveriam levar na viagem. Logo, os doze grandes barcos estavam lotados com cinqüenta passageiros cada. Os jovens, demonstrando todo seu afeto por nós, insistiram para que partíssemos com eles.Násser respondeu:— Meus filhos, aqui termina a nossa tarefa e inicia-se a vossa! Estamos velhos e devemos seguir para a Pátria Maior. Mantende o coração em paz, porque estaremos sempre ligados a vós, trabalhando para o bom êxito dessa missão.Os jovens abraçaram Criste, emocionados. Eles a chamavam de "A Grande Mãe", e ela adorava! Com seus cabelos brancos como neve, a luz de seu amorável espírito se irradiava sobre todos os meninos e meninas.Foi difícil convencê-los a nos deixar sós na selva. Estávamos velhos, mas não morreríamos antes de ver o grande fim da Atlântida. Aos poucos, os navios foram sumindo, após as ondas do mar, em direção ao horizonte. De longe, abraçados, víamos os acenos e as irradiações de amor que os nossos meninos nos dirigiam em um misto de cores belíssimas.Criste, com os olhos úmidos de emoção, disse-nos:— Cumprimos bem nossa tarefa! Escolhemos bem os meninos; eles serão focos de luz no novo mundo e trarão um grande impulso para as novas civilizações que se formarão na Terra.Eu passei a mão pelos cabelos de Criste e respondi:— Sim, cumprimos nossa tarefa! Basta agora aguardar a Vontade Divina e seguir o nosso destino rumo ao novo planeta, onde já vivem nossos irmãos.Atônis, então, disse-nos, com um brilho nos olhos:— Não, a minha missão ainda não terminou! Eu ficarei na Terra e ajudarei os capelinos a evoluir. Pedirei ao "Grande Espírito" para seguir trabalhando neste planeta por amor aos nossos irmãos que iniciaram aqui na Atlântida o seu ciclo de encarnações na Terra.Todos nos olhamos em silêncio. Atônis mantinha o semblante sereno e iluminado por uma energia dourada, tão bela quanto o Sol. Ele estava com a razão! Estávamos muito engajados na evolução dos capelinos para abandonar a Terra. O mal que eles praticavam não nos causava revolta, mas sim piedade. Desejávamos libertá-los do mal, que é exclusivamente filho da ignorância espiritual.E foi assim que ficamos ao lado dos trabalhadores do Cristo na Terra. Trabalhamos por longos séculos, tanto no plano espiritual como no material, até que reencarnamos juntos na décima oitava dinastia egípcia, a fim de preparar o povo da terra de Kemi para a vinda do Messias, o "Grande Espírito". Eu, Ártemis, reencarnei como Ramósis, o sumo sacerdote do Templo de Osíris. Násser veio ao mundo como o sumo sacerdote de Heliópolis, Meri-Rá. Criste reencarnou como a rainha Nerfetite e Atônis como Akhenaton, o faraó do Deus Único.Após a partida dos jovens, regressamos à capital Posseidon, no centro do continente. Utilizando a energia "vril", nos deslocamos com facilidade. Aguardamos os três meses que faltavam para o fim da Atlântida assistindo toda a sorte de desregramentos por parte da população. Com certeza a capital era a cidade mais influenciada pelas vibrações inferiores.Nós já tínhamos sido esquecidos e éramos tratados como mendigos insignificantes. Enquanto isso, o astro rubro crescia no firmamento. O povo se maravilhava com a beleza da nova estrela no céu. Os cientistas, típicos do perfil capelino, diziam-se senhores da órbita do cometa e o identificavam como inofensivo ao planeta; mas, na verdade, eles apenas especulavam com base em sua visão limitada das coisas, assim como nos dias atuais.Um mês antes do apocalipse, uma das raças atlantes venceu a guerra e escravizou a raça perdedora. Fugimos, então, para o pico de uma montanha nos arredores de Posseidon e lá nos abrigamos enquanto o cometa se aproximava rapidamente em direção à Terra.O calor emanado do astro rubro atiçou as vibrações inferiores do povo, que paralisou as atividades produtivas e iniciou uma comemoração pela vitória na guerra que durou por quatro semanas seguintes. Os derrotados eram utilizados para servir a todos os caprichos dos vencedores. A bebida e as drogas foram consumidas em grande escala nas últimas semanas da Atlântida.Cinco dias antes do impacto, algumas pessoas perceberam que o cometa iria colidir com a Terra. Houve uma histeria generalizada e o povo começou a fugir da grande capital da Atlântida. Mas para onde quer que fossem parecia que o cometa os perseguia. Os cidadãos mais abastados e detentores do poder fugiram para o litoral e ingressaram em grandes barcos tentando fugir da catástrofe.Finalmente o cometa entrou na atmosfera terrestre, causando um estrondo mais alto que mil trovões. As pessoas gritavam desesperadas sem saber para onde fugir e corriam sem rumo, pisoteando umas nas outras.Ao contrário do que se imaginava, a grande pedra do céu caiu a milhares de quilômetros da capital. O impacto foi tão forte que dividiu o continente em três partes. A Atlântida desprendeu-se do que hoje conhecemos por ilhas Canárias, Açores e Madeira e dividiu-se ao meio no local onde o cometa a atingiu.Os habitantes da grande metrópole mal tinham respirado aliviados quando começou uma série de terremotos que derrubou os prédios maiores soterrando muitas pessoas. O pânico era total e não havia para onde fugir.
Com o impacto do cometa, o eixo da Terra, antes verticalizado, inclinou-se em relação ao Sol; mudança que causou a impressão de que todas as estrelas do céu estavam caindo sobre a Terra, agravando a situação de desespero do povo que vivia um verdadeiro inferno, intensificado pelo efeito alucinógeno de bebidas e drogas.Logo começaram os incêndios por todo o continente e uma erupção vulcânica surgiu repentinamente a dois quilômetros da "Grande Pirâmide". Por todas as direções sucederam-se erupções vulcânicas e tremores de terra. A lava invadiu os centros urbanos destruindo o que os terremotos não haviam arruinado. Sete horas depois, ao amanhecer, quando tudo parecia ter-se acalmado, surgiram gigantescas ondas do Oceano Atlântico por todos os lados da capital. A sensação era de que o mar estava invadindo a Atlântida. Mas, na verdade, era a "Grande Ilha" que começava a submergir para o fundo do oceano em decorrência da acomodação das placas tectônicas, que perderam a sua sustentação durante a erupção do magma pelos vulcões.Em questão de minutos as ondas atingiram toda a Grande Atlântida e o continente se calou. Nós estávamos no pico da montanha abraçados em profunda oração aguardando o nosso destino. Eis que minutos antes do fim, surgiram anjos iluminados do Céu e nos desligaram do corpo físico, dizendo:— Não existe injustiça na Obra de Deus. Vós não possuís carma, portanto nada devereis sofrer na terra que tanto amastes!Nossos espíritos levitaram, enquanto nossos corpos caíam ao chão sem vida. Logo, o mar engoliu a terra e pudemos ver os barcos que tentavam fugir na última hora sendo tragados pelo repuxo das ondas que inundaram a Atlântida.Um redemoinho se formou e todas as embarcações desceram junto com a "Grande Ilha" para o fundo do mar. Agradecemos a Deus por nossos pupilos terem partido há meses; caso contrário, eles não teriam escapado às forças avassaladoras da natureza.Os espíritos iluminados que nos amparavam, ao perceberem nossos pensamentos, nos conduziram pela imensidão do oceano até alcançarmos os barcos de nossos pupilos, que se aventuravam por um rumo desconhecido.Eles estavam impressionados com as explosões e a luz incandescente que partia da Atlântida, a centenas de quilômetros de distância do local em que se encontravam. O céu tornou-se escuro, coberto pela poeira cinza das erupções. Por longas semanas não se viu a luz do Sol!O mar ficou rebelde e os barcos começaram a se separar, conduzidos pela força das ondas depois do grande cataclisma. Alguns foram dirigidos por mãos divinas para as Américas, outros foram para a Ásia e outros tantos para o Vale do Nilo.Naquele dia a Terra entrava em mais um novo ciclo de evolução espiritual. Mais um, de centenas que ela já viveu!"Hermes